sexta-feira, 16 de março de 2012

O VELHO PAUL SIMON & OUTROS VELHOS




   Hoje tive a sorte de ver, logo cedo, um link para um clip (chip do clip do ric) de Here comes the sun com Paul Simon, Graham Nash e David Crosby. Uma delícia. Passei o dia, até aqui, na paz: quatro grandes artistas e uma canção eterna.
   Agora, na deixa do almoço, vejo alguns clipes do Paul Simon. Num, ele já bem nem tão jovem, cabelos restantes grisalhos, mas a elegância de sempre: na composição (uma que não conhecia, Father and daughter), no modo de se vestir, na cumplicidade com os outros músicos, na voz... há uma sinceridade e uma leveza nele que me encantam. Lembro de C & N ao seu lado: todos já bastante rodados, mas ainda donos de sua própria onda. Ontem vi uma performance do Cecil Taylor, maravilhosa. Tenho visto, nos últimos 40 anos, esses iluminados envelhecendo apenas a olhos vistos: sua arte a cada dia mais renovada, mais adiante.

   Antes de completar 50 anos, eu ainda me lembro, curti muito a nova idade. Falei, brinquei, comemorei em grandes estilos. Ver esses artistas de que tanto gosto foi um espelho para mim: se chegar a ter cabelos brancos, se esta adolescência acabar, ainda conseguirei manter o ritmo, driblar a retranca, cantar no chuveiro, curtir um barato com a vida?
   Seria uma reza, se fosse o caso de acreditar que seria a reza a manter o jogo em cena. 
   Essa conversa só me faz lembrar que a luta diária é a luta mais sã. Não há futuro depois de amanhã. É melhor batalhar hoje pela sanidade, pelo chão, pelo teto, pelo pão, pela humanidade, pelo texto novo, pelas amizades velhas, pelo que ainda está vivo e pode ser bom que assim se mantenha para que assim eu me mantenha.

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