sexta-feira, 12 de abril de 2013

SOBRE CAPAS - 1

   Muitos escritores não dão o valor exato às capas de seus livros. Eu, como complementei meu aprendizado de leitura nas placas comerciais da BH dos anos 1960, sempre tive prazer em entender e analisar publicidade e demais visualidades urbanas. Ao me enfronhar na literatura, passei a observar capas de livros.
   Diz Xis, título da novela de 1991, remete, obviamente, ao comando do fotógrafo para fazer as pessoas sorrirem ("fala xiiiiis"; "say cheese", dizem os norteamericanos). Projetei a primeira edição dessa novela como um pocket pulp e para a capa pedi ao fotógrafo Jotaerre que me conseguisse um close da escultura do índio da fachada do edifício Acaiaca. Além dela ser citada pelo personagem narrador no fim do texto, remete a uma esfinge - à qual se dirá "diz xis"?
   Atendendo ao convite de Sebastião Nunes, reuni três textos para montar o livro Materiaes, cujo título surgiu de mais uma marca da cidade: o frontão da Serraria Souza Pinto. A palavra indica que aquele galpão continha os materiais que eram usados para a construção de BH. Solange Souza, fotógrafa exilada em Roma há alguns anos, clicou para que Tião montasse uma capa sombria, de acordo com o tom dos textos.
   Coleta Seletiva, o título, surgiu em conversa com Luiz Roberto Guedes, para algum livro inexistente. Estava no estoque, quando o ainda editor Joca Terron me intimou a compor o catálogo da sua Ciência do Acidente. Resolvi reunir o que pudesse ser salvo dos meus primeiros oito livros de poemas; projetei uma capa com muitas fotos de gente e coisas da cidade. Mais uma vez Solange Souza saiu a campo (e conseguiu capturar um gol do América Mineiro, time para o qual eu torcia quando ainda acreditava que o futebol era um esporte). Joca desenhou o produto final.
   Para a coletânea A ponto de explodir eu não tinha uma ideia que me satisfizesse. Deixei por conta do jovem designer Lucas Sallum, que conseguiu um ótimo efeito de cor e sombra para uma tipologia pouco comum. O resultado compreendeu o conceito e deu um efeito atraente.
   Silas, pela Jovens Escribas, é criação de Danilo Medeiros e Leandro Menezes, de Natal. Mesmo à distância, capturaram a essência dos textos colocando, inclusive, um ônibus, meio de transporte urbano muito presente na/s minha/s história/s.
















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