sexta-feira, 31 de outubro de 2014

EU E O PT, O PT E EU

     
(Tenho fotos mais antigas com a estrelinha, mas só achei esta agora.)


     As manifestações de ódio ao PT nesta eleição me fizeram recordar minha história com ele. Eu me tornei eleitor em 1979. Em 1985, ele elegeu a prefeita de Fortaleza/CE, sua primeira grande conquista.  Não sei quais foram meus primeiros votos, mas sei que em 1984 eu usava a estrelinha (há um episódio pessoal marcante que me dá essa certeza). Dali em diante participei mais ou menos intensamente das eleições e outros movimentos relacionados à esquerda. Nunca fui um militante de carteirinha nem me filiei (há um episódio estranho quanto a isso...). Fui, no máximo, um simpatizante mais aguerrido. Para a eleição de 1992 montamos um comitê no Instituto Agronômico/BH, levamos o Patrus até lá e com o saudável trabalho coletivo o elegemos.
     1989 é um ano que está na memória de todos nós, gravado de forma muito especial. Fui um dos milhões de brasileiros que acreditaram e se empenharam para a concretização do sonho socialista.
     A partir de um certo momento, que não consigo definir com exatidão, passei a me interessar menos pelas eleições, e também não quero me aprofundar em analisar os motivos. A política, em sentido amplo, faz parte da minha rotina de cidadão: só consigo entender o mundo e sobreviver emocionalmente a ele através de sua ótica (entre outras).
     Em 1980 escrevi um livro de poemas que se pretendia essencialmente político chamado A poesia de plantão. Não deve ser bom. Pedi à minha amiga Sônia Augusto que guardasse os manuscritos (como um presente).
     Foi com o espírito desarmado contra a direita que comecei a viver as eleições de 2014. Vinha sendo muito crítico aos governos de Lula e Dilma para levantar bandeira. Não vou (até por que não é hora) me deter em explicar isso. Só percebi que precisava voltar a me apaixonar (não pelo partido nem pelo governo) quando a ameaça de um retrocesso irremediável ameaçava o país. 
     Para o segundo turno, literalmente me vesti de vermelho. Era preciso evitar que a direita fascista e entreguista (entre outras qualificações da mesma ordem) retomasse o governo federal. Ela conseguiu piorar a qualidade do congresso - mais um motivo para dar força à candidatura (e agora, governo) Dilma. Fiz o que foi possível, mesmo ainda meio enferrujado dos anos longe das ruas. Conseguimos, mais uma vez.
     Repito o que já disse aqui: se o PT não retornar às bases e o governo não abraçar as causas da esquerda, eles serão os maiores responsáveis pelas (toc toc toc) vitórias da direita daqui em diante.

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