sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

BALANÇO DE 2016

   


     O ano começou com a ameaça de concretização do golpe de direita sobre a democracia. 

     Logo após o Carnaval, fui transferido para o Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira, que funciona no Mercado da Lagoinha. Depois de tantos anos trabalhando na sede da Fundação de Cultura, pensando a cidade, tive a oportunidade de trabalhar na ponta. Foi uma experiência excelente, ainda mais que a equipe é ótima. Porém, havia o tempo todo a possibilidade de ir para o Centro Cultural Nordeste, mais perto da minha casa, e isso dificultou meu envolvimento integral.

     Em 19 de março fiz o primeiro lançamento do Lambe-lambe (Jovens Escribas), no bar Patuscada, em São Paulo. No dia seguinte, na Casa Amarela, em São Miguel Paulista. Depois vieram BH, João Pessoa e Natal. Em agosto já tínhamos vendido os primeiros trezentos exemplares da edição.


     A editora realizou seu 5º Ação Leitura em maio. Nesta passagem por Natal, fiz mesa numa faculdade e sarau numa escola com Marcelino Freire, bate-papo em outra escola e mesa com Pablo Capistrano, MF e Xico Sá no Espaço Duas. Esta noite foi especialmente emocionante, pois estava sendo concretizado o golpe e todas as falas foram a favor da democracia.

     Em outubro terminei a primeira versão do romance que havia começado em dezembro do ano passado. Um tempo recorde para mim, mas resultado de um trabalho que cumpriu as metas a que se propôs. Claro que o texto ainda precisa ser profundamente revisado. Neste momento, aguardo a segunda e a terceira leituras críticas.

    Novembro foi a vez de voltar a São Paulo para participar da Balada Literária. Fui com a quase firme decisão de não aceitar mais convites para mesas e atividades afins. São boas, como foi esta ao lado de Ferréz, Wilson Freire e Sheyla Smaniotto, mas aprendi que prefiro realizar atividades mais concretas, mais produtivas, como oficinas de escrita e de leitura.

     Com dezembro veio finalmente a mudança para a Usina de Cultura - Centro Cultural Nordeste. Dia 1º estava lá pintando chão, carregando móveis e livros, ajudando na montagem da biblioteca, enfim, tendo a chance de, aos 32 anos de casa, participar da criação de um centro cultural. Estamos abertos há apenas duas semanas, portanto há muito o que fazer ainda.

     Este mês trouxe também uma novidade: o primeiro estudo de cunho acadêmico sobre minha obra literária. Ana Elisa Ribeiro e Rafael Carvalho publicaram um artigo muito bom na revista da PUC-MG.

     Um resumo de 2016 pode ser:
a) lancei um livro, com ótima repercussão, e finalizei outro;
b) o Brasil sofreu um golpe de direita e isso afetou o meu emocional fortemente;
c) continuei fazendo todas as coisas de que gosto, inclusive no trabalho na prefeitura;
d) obtive um aprendizado, na prática, que me permitirá produzir ainda mais em 2017.





































quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

DIÁRIO DA BALADA LITERÁRIA 2016

Fui para São Paulo dia 25/11 participar da Balada Literária a convite do Marcelino Freire.

Antes, já no Centro Cultural Itaú, me encontrei com Fernando Bonassi e Elvira Vigna e Roberto. Marçal Aquino também apareceu para o café. Às 17h subi para meu compromisso, mesa com Ferréz, Sheyla Smaniotto, mediada por Wilson Freire e participação d poeta Thiago Cervan.

A conversa foi boa. Tive a oportunidade de dizer em público o que sempre digo nas oficinas que dou e entre amigos: há muita gente publicando poemas sem o mínimo trabalho de linguagem; qualquer “achado” se transforma em “poesia” e poetas surgem do nada a todo instante, trazendo nadas na bagagem. Da plateia, Nelson Maca replicou, mas já não havia tempo para a tréplica. Antes de me despedir, anunciei o lançamento, para breve, do zine antirreligioso "Bellzebuuu", editado por mim e Adriane Garcia.

Viajei com a fraca determinação de não aceitar mais convites para mesas com tema e público gerais. Apesar do prazer que tenho quase sempre, estou com uma forte impressão de futilidade. Gosto de conversar com outros escritores, amigos ou não, mas este tipo de evento começa a me dar uma sensação de vazio e perda de tempo. Prefiro sair de casa para trabalhar – com jovens escritores, professores e estudantes, por exemplo.

Após a mesa fomos lanchar, ótima noite com Fernanda, assessora de imprensa da editora Jovens Escribas, Bruno e Mozart Brum, Carlos Fialho, Patrício Júnior e Luiz Roberto Guedes.

Sábado, às 11h, fui ver a mesa do Renato Negrão, Nelson Maca, Miróe Ernesto Dabó, da Guiné-Bissau, mas tive que sair aos trinta minutos para encontrar Marçal. Sentamos num bar de calçada na região da estação Ana Rosa, a velha sempre renovada prosa sobre literatura e vida.

Às 15h voltei pra Paulista, fui com Guedes almoçar uma omelete na Brigadeiro. Fizemos uma resenha da sexta e trocamos mais impressões sobre nossos trabalhos atuais.

Após descansar no hotel, às 19h reencontrei o Guedes; fomos juntos para o Estúdio Lâmina, onde ocorreram duas mesas simultaneamente (funcionou bem): Fernanda D’Umbra mediou para Jorge Filholini, Aline Bei e Marina Filizola; Vanderley Mendonça e Gabriel Kolyniak conversaram com Cláudio Willer, Gustavo Benini e Roberto Bicelli. Em seguida uma bela (um pouco longa, na minha opinião) performance da Sofia Freire (teclado e voz). A “Ocupação Jovens Escribas” foi a apresentação e venda de nossos livros e um papo rápido de cada um com Marcelino, aproveitando a plateia do show mais esperado (por mim) da noite: a banda de blues e rock Fábrica de Animais, com a Fernanda D’Umbra. Bella notte, como sempre diz o Guedão, muitos amigos antigos, muita gente nova, ambiente de boas vibrações.


São Paulo nunca decepciona.